16 setembro 2008

Gestão em tempos de crise


Acredito que ao longo destes anos, adquiri algumas habilidades, mas principalmente, desenvolvi um sistema imunológico que me permitiu, não só permear o meio, mas transformá-lo totalmente ou em parte e ainda assim sair com algumas poucas seqüelas.
Gestão em Tempos de Crise não é pra qualquer um. E me refiro aos mais diversos tipos de crise. Estas requerem habilidades e compromissos especiais. Oh, sim. Como por exemplo...: Desentupir esgotos, lavar o chão, fazer o almoço, cuidar do cachorro, ensinar a todos como fazer bem feito, na primeira vez, todas às vezes e ainda... Sorrir.
É... Ninguém disse que é fácil, mas é preciso mudar. Mudar tudo. Inclusive a si próprio, comportamento este também chamado de quebra de paradigmas. Mas que bom que isso é uma coisa que dá pra aprender ou até mesmo re-aprender, é a tal de Melhoria Contínua ou Ciclo de Aprendizado.
Empresários que percebem essa realidade assumem o controle, nem que pra isso tenham que voltar no tempo e fazer tudo de novo, sim... Literalmente renascer das cinzas. Existe muita dignidade nisso, com certeza.
As Empresas em Crise, geralmente possuem problemas muito comuns, independente de sua natureza, produto ou segmento; e os fatores que as levam a este quadro geralmente são fruto da falta de continuidade de sustentação de algumas práticas que tornaram essas mesmas empresas, um dia, vencedoras.

Mas pra depois não dizerem por aí que só falei, mas não ensinei coisa alguma... Aqui vão algumas dicas pra que possamos descobrir quem são estas ilustres notáveis, que um dia sairão do fundo do poço e do lamaçal generalizado, e alcançarão as estratosféricas camadas superiores dos lucros absurdamente exorbitantes e da satisfação e felicidade plenas do dever cumprido.
Características Comuns em uma crise, ou ainda, “diga-me o que deixas de fazer bem feito e eu te direi quem és”:
1. As coisas acontecem “de repente”
2. É preciso tomar decisões urgentes
3. O tempo é curto
4. Ameaças específicas são identificadas, mas não tratadas
5. Todo mundo quer informações urgentes sobre o que está acontecendo
6. Há uma sensação geral de perda de controle
7. A pressão cresce a cada segundo
8. Trabalhos de rotina se tornam extremamente difíceis
9. São feitos pedidos descabidos para tentar descobrir quem são os “reclamadores”
10. Faltas, atrasos, desperdícios, demissões e principalmente discursos vazios
11. A reputação da empresa se abala, os problemas começam a sair da porta pra fora
12. As comunicações ficam incrivelmente difíceis de ser gerenciadas (tanto as internas quanto as externas)

Identificando crises potenciais, ou ainda, “ama o próximo como a ti mesmo e encontrarás o caminho da salvação”:
Sua empresa está aberta aos alertas e colocações de funcionários?
Essas pessoas são recompensadas, ignoradas ou punidas quando expressam sua opinião?
Faça um Brainstorming:
Causas externas: mudança radical de uma tecnologia; crise econômica no país; juros, empréstimos mal sucedidos.
Causas internas: queda acentuada das vendas; empresa não observou as tendências do mercado e “perdeu o bonde” do crescimento; acionistas e executivos tem idéias diferentes sobre a melhor forma de gerir a empresa; Associados perderam a crença na empresa e na “causa”; ausência de comando, generalização da insatisfação interna.

O que não fazer em momentos de crise, ou ainda, “em terra de cego quem tem um olho é rei”:
“Foi um episódio isolado. Não vai acontecer novamente”.
Não ignore sinais de alerta. Resolva problemas potencialmente graves da primeira vez, antes de se tornarem crises.
“Não quero incomodar meus chefes”.
Comunique a crise imediatamente a escalões mais altos. Tempo é chave.
“Legalmente estamos cobertos”.
Ter razão em crises não significa vencer. A questão é de imagem, não apenas de leis.
“Foi um problema menor. Não há motivo para pânico”.
Não se iluda. Uma pequena rachadura num dique pode significar catástrofe.
“Vamos mudar não mudando”
Soluções urgentes requerem medidas urgentes. Comportamentos ausentes e a falta de modelos de liderança que exerçam influência positiva sobre as equipes, não provocam o estabelecimento de planos objetivos e conseqüentemente mudanças.
Pois é, acho que é isso. Deixar o orgulho de lado, cercar-se daqueles que lhe são leais até mesmo nos momentos mais difíceis e principalmente trabalhar duro, é fundamental para sair dessa.

Um abraço a todos.